Nunca o esqueceremos, e enquanto a vida lacônica se apresentar, estaremos aqui, lendo e lembrando da riqueza literária de um autor que jamais soube o que era mediocridade na escrita, pois tanto quanto era zeloso e diligente com a sua produção, também foi um apaixonado pela Amazônia; máxime o seu amor pelo Amazonas.
Manaus (AM) – Quando eu soube logo cedo da morte de Márcio Souza, cuja portadora da mensagem foi a poeta Franciná Lira, presidente da Associação dos Escritores do Amazonas (ASSEAM), foi como um fato fictício que acabara de ser contado. Não fosse pela seriedade e integridade da portadora da notícia, eu teria dito que se tratava de uma corriqueira fake news, mas, para a melancolia de todos, era verdade.

Márcio Souza, escritor de excelsa engenhosidade, em se tratando da literatura e o seu processo de criação, era um sujeito que não admitia falhas na escrita, tampouco deixava rombos e hiatos em seus textos. Suas obras são perfeitas, e eu o respeito muito, pelo esmero e reverência que tinha pela “lingua mater” em todas as suas formas. A meticulosidade com a qual trabalhava era intangível, por isso Márcio Souza era um exemplo a se seguir, mormente devido à riqueza textual e inventividade literária.
Difícil é aceitar que Márcio Souza partiu, e que levou consigo uma inteligência rara, e que cuja partida inopinada pegou a todos de assombro, e que deixou escritores e caracteres hereditários na orfandade, e que legou um descomedido espólio literário, e que nunca mais voltará… Resignar-se em dizer adeus ao gigante das letras amazônicas é como conceber que a vida é realmente um sopro furioso… E é.

Nunca o esqueceremos, e enquanto a vida lacônica se apresentar, estaremos aqui, lendo e lembrando da riqueza literária de um autor que jamais soube o que era mediocridade na escrita, pois tanto quanto era zeloso e diligente com a sua produção, também foi um apaixonado pela Amazônia; máxime o seu amor pelo Amazonas. E dos inumeráveis ensinamentos que conhecemos, um merece ser epígrafe para enaltecê-lo: “Não deixe que te humilhem, pois nem mesmo as cobras que rastejam permitem ser pisadas”.
Se o destino – que opera em silêncio – tivesse voz audível, murmuraria: fecha-se uma cova, destino de todos, mas descerra-se um tempo de memorialização e reconhecimento perenes, pois, ao contrário do que creem alguns, que a obra de um autor morre com ele, eu creio que o pragmatismo criativo (que nem o de Márcio Souza), o talento e a adoração às letras, são o timbre que imortalizam uma alma que desabita um corpo, por ele sempre será imortal.
Descanse em paz, querido irmão das letras. E em nome de todos os membros da Academia de Letras, Ciências e Culturas da Amazônia (ALCAMA) e da Associação Brasileira de Escritores e Poetas Pan-Amazônicos (ABEPPA), entregamos aos familiares do escritor as nossas condolências e votos de que sejam acalentados pelo Eterno Consolador. O Amazonas sempre louvará os teus escritos preciosos, poderosos, inolvidáveis. Que Deus te receba em literários abraços. Até um dia, na eternidade!
Da Redação, Paulo Queiroz para o Portal Voz Amazônica e para a Rádio Tv Cultural da Amazônia.