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“Não é possível continuar com um governo genocida como esse”, diz Lula

“Não é possível continuar com um governo genocida como esse, brincando com máscara, dizendo que não pode usar máscara. Bolsonaro não leva em conta que ontem morreram 1.582 pessoas. Pra ele, esses mortos não valem nada”.

O quadro de caos e tragédia imposto ao país pelo governo Bolsonaro tornou a situação do Brasil insustentável, avalia o ex-presidente Lula. Em entrevista ao jornalista Luis Nassif, nesta sexta-feira (26), Lula afirmou que é preciso criar um antagonismo a um projeto de governo que é contra o povo brasileiro e que está levando à destruição do Brasil.

“Não é possível continuar com um governo genocida como esse, brincando com máscara, dizendo que não pode usar máscara. Bolsonaro não leva em conta que ontem morreram 1.582 pessoas. Para ele, esses mortos não valem nada”, acusou Lula. “[Bolsonaro] mantém um ministro da Saúde que menos entende de saúde e de logística. Promete vacina mas não tem porque não encomendou”, condenou.

Lula reforçou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e lamentou o desmonte de uma rede de vacinação que, em seu governo, era motivo de orgulho mundial. “Agora, imagina se a gente não tivesse o SUS? Quero parabenizar todo o pessoal da saúde, os que trabalham no SUS, que foram massacrados durante muito tempo. Graças a vocês, temos esperança de sobreviver”, agradeceu o ex-presidente.

Brasil em guerra

Lula se diz convicto de que o Brasil vive uma guerra e comparou a crise sanitária a um estado de conflito. E em um cenário de guerra, sustenta, o Estado não deve medir esforços para proteger a população. “Sou favorável a aumentar a base monetária, que se pegue dinheiro para cuidar da vacinação do nosso povo, que pegue uma outra parte para investir em obra de infraestrutura. Quando a pandemia acabar, vamos discutir economia. Mas primeiro vamos vencer a guerra”, explicou.

De acordo com Lula, a hora é de lutar para restabelecer a democracia e recuperar a autoestima da população brasileira, levando às pessoas desamparadas a esperança de que é possível construir o futuro com um projeto de nação. “É preciso que o povo volte a sonhar, a ter esperança”, disse.

“Vamos consertar esse país”, assegurou o ex-presidente. “Não pode ter um botijão de gás a R$ 105, a gasolina a R$ 5,50, diesel a R$ 5,25”, uma picanha a R$ 100. Tá impossível do povo comer, é a cebola, o tomate, a carne… está tudo caro. E esse governo não fala disso, não tem ninguém discutindo isso no Brasil”, argumentou.

Soberania nacional

O ex-presidente voltou a defender um projeto que tenha como foco principal a preservação e o desenvolvimento de riquezas que pertecem ao povo brasileiro. “Esse país não pode abrir mão da sua soberania. Ela vai desde a fronteira terrestre, ao nosso espaço aéreo, à nossa fronteira marítima, à educação, à ciência e tecnologia, à indústria, à floresta e nossa autoestima”, declarou.

Segundo o petista, o governo, em vez de investir na geração de empregos, faz o contrário, promovendo uma política de destruição do trabalho. “Criaram a ideia de quem trabalha com Uber é um microempreendedor. O companheiro que trabalha no Uber não tem férias, não tem 13º, não tem auxílio maternidade para a mulher, não tem auxílio se se machucar. Ou seja, é um cidadão abandonado pelo Estado. O Estado não tem responsabilidade”, observou.

Lula citou como exemplo o achatamento da indústria de automóveis promovido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. “Vendíamos quatro milhões de carro por ano. A indústria vende hoje metade dos que vendia 13 anos atras”, comparou. “E aí aumenta o desemprego, a massa salarial tá menor, o salário mínimo tá menor, o PIB tá menor”, afirmou.

“Esse governo não sabe, o que fazer, não tem projeto para nada, você não vê o governo falar  em projeto de desenvolvimento. A única coisa que sabe fazer é vender nosso patrimônio”, acusou.

Meios de comunicação

Lula criticou o papel da grande mídia no processo de tentativa de destruição do PT e do campo progressista, especialmente depois da Operação Lava Jato. “Eu sei o malefício que o jornalismo da Globo faz ao povo brasileiro”, sentenciou Lula. “Fez com FHC, com pensamento [liberal] único, fez com militares, fez elegendo Collor, no meu governo, com pensamento contrário a tudo. Agora, é contra a figura do Bolsonaro mas não discorda de nenhuma politica de destruição do pais que ele faz”.

De acordo com o ex-presidente, “a Globo não está preocupada com a destruição da Petrobras, da indústria naval, da indústria brasileira, com a queda do PIB, com a queda da massa salarial… o que ela quer é que o Bolsonaro continue vendendo tudo, que o Guedes continue sendo ministro”.

Desarmamento

Lula voltou a comentar a insana estratégia de Bolsonaro de armar a população, acusando o líder de extrema direita, a quem classifica como uma “figura grotesca”, querer criar uma guerrilha, para afrontar a democracia, como fez Donald Trump nos EUA.

“Quando vejo um presidente fomentando arma, quando deveria estar colocando livro, carteira profissional na mão do povo… A quem interessa essa quantidade de armas?”, questionou Lula.

“Se ganharmos as eleições, vamos discutir política de desarmamento. Eu quero o Estado no lugar onde o povo precisa. Só tem violência porque o Estado não leva escola, cultura, emprego, saude nas periferias desse país. Na hora que o Estado cumprir com suas obrigações, haverá menos violência, menos necessidade de arma”, concluiu. 

Da Redação

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