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O FUTURO PREVISÍVEL…

Só um outro sonho supera o desejo humano de alcançar a vida eterna: o de saber exatamente como será o futuro.

Todas as sociedades, desde as mais primitivas, tiveram os seus oráculos. Reis, inclusive, guiavam-se por eles, protagonizando conquistas, que se tornaram lendárias, ou tragédias, que ficaram inscritas na história.

José, então cativo no Egito, interpretou o sonho do faraó e impediu que aquela grande nação fosse consumida por sete anos de desgraças, imediatamente posteriores a outros sete de fartura. Rasputin, por sua vez, não conseguiu prever que uma onda revolucionária, com o mundo nunca vira, chegaria a executar a própria família real russa, da qual era protegido.

Claro, eram tempos de muito misticismo, mas até hoje muita agente acredita, nesta linha sobrenatural, que o futuro possa ser previsto. Eu não descarto essa hipótese, pois creio, como Hamlet, que há mais coisas entre o céu e a terra do que possa sonhar a nossa filosofia…

Nos dias de hoje, entretanto, com tanta informação disponível e com tanto avanço do conhecimento em geral, não é preciso ser nenhum adivinho para fazê-lo. Há, até, uma ciência, a futurologia, que se ocupa, utilizando-se de ferramentas de estudo interdisciplinares, assim como analisando o passado e os fatos da atualidade, em desenhar cenários prováveis e, de tal sorte, criar com antecipação mecanismos para lidar com eles da melhor maneira possível. Um dos mais famosos futurólogos do mundo foi o norte-americano Alvin Tofller, autor de livro de imprescindível leitura, “A terceira onda”, publicado nos anos 80, onde expunha, de modo brilhante e envolvente, a evolução humana, passando pelas revoluções agrícola, industriais, pós-industriais e avançando no que ele chamava de a “era da informação”, a dos dias presentes.

Temos, mesmo, acrescento, essa capacidade de fazer prognósticos razoáveis em todos os aspectos de nossas vidas: pessoal e comunitária. No fundo e no fim o futuro começa a ser construído aqui e agora, quando fazemos as nossas escolhas. Elas ditarão os resultados. Vou dar dois exemplos bem simples, mas que expressam a ideia com exatidão. Se você, jovem, gostaria de ter um bom emprego, mas desperdiça a maior parte de seu tempo em baladas, conversas e brincadeiras com os amigos, e não com os estudos, pode contar: é quase certo que continue desempregado. Em termos mais amplos, se a sociedade brasileira deixar que agentes corruptos continuem a ditar as regras do jogo, a probabilidade de vê-los triunfar pontualmente e de voltar ao poder aumentam de modo substancial. E a chance de sermos infelizes também.

Victor Hugo, o grande dramaturgo, poeta, romancista e estadista francês, afirmava que “o futuro tem muitos nomes: para os fracos é o inalcançável; para os temerosos, o desconhecido; e para os valentes, uma oportunidade”. Mudaram os tempos e mudou o mundo, entretanto. A frase, bonita e inspiradora, precisa ser atualizada, adaptada para a nossa época. O estudo, a capacidade de análise, a prudência e o bom senso podem, mais do que a valentia, abrir ainda hoje as cortinas do porvir, para quem possui olhos para ver e ouvidos para ouvir.

Da Redação:

Júlio Antônio Lopes para o Portal Voz Amazônica e para a Rádio Cultural da Amazônia

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